Uma comissão política da Executiva Nacional do PT se reuniu hoje (30), em Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dois temas consumiram a conversa, que teve duração de uma hora e meia: o impacto político do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a política de comunicação do governo. A composição do governo não constou da pauta da reunião.
Segundo o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, o partido discutiu com Lula a maneira como pretende trabalhar a divulgação do PAC na sua base, bem como o apoio partidário e a relação com os demais partidos da coalizão.
“O PT
vai colaborar oferecendo sugestões, propostas, análises e principalmente articulando sua ação parlamentar com a ação partidária para que possa comunicar adequadamente o impacto social que o programa representará. [O programa]
Vai gerar emprego,
vai dinamizar a economia e
vai permitir ao Brasil crescer gerando logística de energia e transporte para sustentar o crescimento”, afirmou o presidente do PT a jornalistas, após participar da reunião.
Segundo Berzoini, o governo deve adotar uma ousada política de comunicação para transformar o conjunto de ações do PAC num processo de mobilização social. “E que permita ao governo, de fato, ter apoio popular amplo e apoio parlamentar para apoiar as medidas”, disse. Para isso, o PT pretende, junto com os partidos aliados, estudar a fundo as medidas que compõem o PAC. Segundo Berzoini, questões como os investimentos do Fundo de Garantia, o aumento real para o servidor público e para o salário mínimo “precisam ser bem trabalhadas para ter um efeito político adequado de mobilizar a base parlamentar”.
A comissão partidária defendeu, junto ao presidente, uma redução da taxa de juros em ritmo mais acentuado. Mas Berzoini ressaltou que a posição do partido não se traduz numa postura crítica com relação à ação de governo. “Acreditamos que o sucesso do governo na área de controle da inflação e na redução do risco-país é maior do que qualquer crítica que possamos fazer em relação à política monetária. Dissemos ao presidente porque acreditamos que essa relação tem que ser transparente e de confiança mútua”, contou.
Questionado por jornalistas, Berzoini disse não acreditar que a ação do Copom possa atrapalhar o PAC. “Seria uma análise muito superficial acreditar que uma decisão isolada do Copom possa contribuir para prejudicar um programa tão amplo quanto o PAC. O Copom já reduziu os juros por várias reuniões seguidas, temos hoje a menor taxa de juro real dos últimos 22 anos, e, portanto, o Brasil está no rumo do crescimento sustentável com queda na taxa de juros.”
Comunicação
O PT pretende fazer com o governo federal uma discussão no sentido de colaborar na estratégia de comunicação de governo. De acordo com Berzoini, a intenção é que haja uma perfeita sintonia entre o que ocorre no governo e a informação que chega às bases do partido e à base social.
“O debate é no sentido da técnica da comunicação, ou seja, como o PT poderá ajudar nas ações de governo de modo a levar a sua base as informações corretas sobre o que está acontecendo. Tanto na área econômica, na área social, cultural e de desenvolvimento econômico, que é o centro do mandato, ou seja, o crescimento econômico articulado com crescimento e infra-estrutura”, explicou.
Composição de governo
A questão da composição do novo governo não esteve na pauta da reunião por opção do PT. Segundo Berzoini, o PT não tem, no momento, reivindicação específica em relação a nenhum ministério. “Temos um posicionamento hoje no governo que nos permite fazer política de uma maneira consistente, integrada com os partidos. Apresentaremos ao presidente no momento em que ele nos convocar com essa pauta específica”, afirmou.
Maurício com informações do site do PT